Reiniciar pesquisa
As reconstituições paleoclimáticas na América do Sul dependem fortemente da interpretação de ´18O e ´13C de carbonatos (´18OC, ´13CC) de espeleotemas. No entanto, esses registros são frequentemente afetados por processos complexos ao longo dos caminhos de transporte de umidade na atmosfera e dentro do sistema de cavernas, o que torna sua interpretação desafiadora. Particularmente, variações de temperatura no ambiente da caverna e no tempo de troca entre gotejamento e atmosfera da caverna podem afetar a composição ´18OC do carbonato precipitante. Grandes variações de temperatura, como ocorreram desde o Último Máximo Glacial (UMG) até o Holoceno, podem ser críticas para o ´18OC dos espeleotemas. No entanto, as reconstituições da temperatura da superfície continental são muito escassas na América do Sul, o que também impede uma compreensão completa das mudanças ambientais ocorridas durante as fases glaciais nos sistemas ecológicos do Neotrópico. Portanto, o principal objetivo desta pesquisa é avaliar reconstruções paleoclimáticas do UMG ao Holoceno, com base nos tradicionais ´18OC e ´13Cc de estalagmites à luz dos novos registros produzidos, e obter registros de paleotemperaturas baseadas em TEX86 e análises de inclusão fluida. O estudo priorizará espeleotemas do centro-leste do Brasil, por ser uma região bastante afetada pelo aumento das temperaturas devido às mudanças climáticas atuais; e os Andes subtropicais orientais, na região de transição entre o Sistema de Monções da América do Sul e os ventos ocidentais, estudados pela primeira vez no contexto deste projeto. (AU)